Me assustou a ideia



Me assustou a ideia de alguém me conhecer pelo modo que escrevo. O hábito de escrever sempre foi algo presente em minha vida, mas deixou de ser um costume já há alguns anos (é importante atentar à diferença entre um hábito e um costume). Há tempos, escrever deixou de ser um mero capricho para se tornar uma necessidade real e urgente de expressar uma loucura que seria latente, caso não usasse a escrita para canalizá-la.

Fiquei surpreso ao pensar no fato de que agora essa necessidade de escrever sobre minha própria mente(não mais uma opção, o simples ato de agarrar o lápis já me povoa o cérebro sobre mim mesmo) seria não só direcionada a um objetivo (a aula), mas também a um leitor (o professor). O que há tempos era confissão silenciosa sem confessionário nem padre, acaba de ganhar quem a leia e, por remotas possibilidades, a entenda. Se tornou o cartão de visitas para mim mesmo.

Sempre preferi me manter alienado das minhas próprias emoções, as quais na maioria das vezes são artificiais. Me tornar alheio a mim mesmo sempre funcionou, ironicamente, para conhecer cada vez melhor o meu ser, por conta desse uso da linguagem escrita para me analisar, prevenindo que as outras pessoas se aprofundem em mim. Mas agora é diferente. Essa escrita está endereçada a um destinatário que não só me conhecerá melhor, cada vez melhor a cada correspondência, mas que também a devolverá ao remetente com uma correção. A correção dos seus próprios pensamentos!

Você, professor, me conhecerá cada vez mais ao longo desse ano. Espero conhecê-lo também, e espero me dar bem com você. Que o ano comece!



Fernando de Lima Lopes - 1C

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